Quero te fazer um pedido, mas vou fazê-lo por escrito para
que assim as palavras me ajudem a organizar os meus sentimentos sempre tão
confusos.
Peço com o coração apertado e doído e o corpo trêmulo que
não me olhe nos olhos se eu não for a menina dos teus olhos.
Que não me segure à mão se para você já não seja mais necessário
certificar-se que estou aqui.
Não sorria, por favor, se esse já não for mais aquele
sorriso que vi pela primeira vez e que eu tinha absoluta certeza ser o motivo.
Vá embora, se a minha ausência já não for mais notada, vá
embora se já não tiver mais vontade de me tomar nos braços e me levantar tão
alto me dando a sensação de tocar o céu.
Me deixe sozinha agora se for me presentear com uma ausência
por dia, e uma lágrima por noite.
Não quero receber meio amor, meio sorriso, meia presença.
Eu preciso me doar inteira, ou não me doar nada.
Eu preciso ter você comigo, ou ter você longe de mim.
Preciso de abraços inteiros, afagos inteiros.
E se enquanto estiver lendo tudo isso sentir que algumas
dessas coisas já aconteceram, é hora de ir, já não sou mais sua menina.
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