segunda-feira, 11 de março de 2013


Eu tive medo.
Tive medo de um dia não ter do que lembrar, de não ter história pra contar, nem de um amigo antigo pra abraçar.
Tive medo de não ter sofrido por amor, de não ter morrido de ódio do absurdo, ou de não ter acreditado cegamente que tudo daria certo.
Tive medo de não ser capaz de me doar, de não ser igual e de não fazer parte da festa final.
Tive medo de não ser como a minha mãe, de parecer demais com o meu pai e de não ter abrigo pra voltar.
Tive medo de ser rebelde demais, de ser alheia demais e me faltar.
Tive medo de não ter caminhos, de errar escolhas, de cair e não levantar.
Tive medo de depressão, de câncer, de ser firme e de ter certeza  do fim.
Tive medo de não poder me soltar, de ser certo demais, de ser errado de menos e de dançar.
Tive medo de gostar de outra coisa, de ser feliz sem precisar, de rir na hora errada e de não rir nunca mais.
Tive medo de sentir vergonha de mim e de não conseguir aguentar.
Tive medo de sair sozinha e de ter compania pra toda vida.
Tive medo de dar o primeiro passo, de dar uma abraço apertado e de pedir desculpas sem culpa.
Tive medo de ser injusta e de ser justa a ponto de não saber ponderar.
Hoje tenho medo ainda de quase tudo e de ficar muda sem poder brigar.
Tenho tanto medo do futuro e por também ter medo de um dia não ter medo, continuo.

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