quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como será que isso é possível?

É possível gostar tanto de alguém a ponto de não suportar ver aquela pessoa sofrer?
Como fazer para aquietar meu coração tão agoniado por ter que assistir à distância a dor tão inevitável de alguém tão especial sem poder mudar uma vírgula da história?
Só agora tive a noção que não basta somente aplaudir os vôos aqui do chão. Terei que assistir as quedas sem assoprar as feridas que elas causam.
Doi não poder acelerar o processo de cicatrização e num súbito de ternura a minha vontade maior era ser capaz de fazer de tudo um simples pesadelo, como num passe de mágica, mas em um claro momento de lucidez me lembro que uma borboleta não terá as asas fortes, vivas e saudáveis se não remover sozinha o seu casulo, e assim, tenho a certeza de que a única coisa que posso fazer é não fazer nada além de estar aqui pra quando isso tudo passar, e ele conseguir abrir de novo um lindo sorriso em minha direção.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ei! Quieto(a)!



As opiniões são para serem ditas quando solicitadas, dize-las fora desse contexto é o oposto de uma mentira ou omissão cruel!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Soldado de Chumbo!

Falando assim dá pra se imaginar um homem parrudo e durão, mas na verdade...
Sabe aquele amigo de vários anos?
Aquele que te ama (é ama!).
Não importa o quão alto você fale ou ria, se é a criança mais boba ou a mulher mais apaixonada, se anda igual homem ou fala palavrão, ele está sempre do seu lado?
Pois é eu tenho alguns, e é por influenciar um deles a escrever, e acreditar em sua força de soldado (que a única coisa que tem que combater são os próprios medos) deixo aqui um pedaço que ele deixou escapar por ai, não deixando de me reconhecer em algumas partes, é claro...
"Não queria... mas parei de respirar... cansei de efeitos borboleta. Agora vou ter minha própria história, não quero me importar, se eu fizer ventar do lado de cá, não vou mais me preocupar se a catástrofe vai acontecer do lado de lá! Agora serei eu e mais ninguém!" {Por Leonardo Gobbi}

Sensações de época...

Assim como as imagens trazem lembranças, os cheiros as trazem de forma um pouco mais abstrata, e mais abstrata ainda, são as lembranças que certas épocas fazem aparecer.
Nessa época, meados de maio/junho o outono faz com que o dia fique com um leve tom de laranja.
Essa cor, esse cheiro me trazem para o corpo uma mistura incerta de sentimentos confusos, me contradigo se disser que a vontade é de aquecer o coração, mas me contradigo igualmente se afirmar a vontade de deixá-lo aproveitar a brisa fria no começo de noite sozinho no meio das aglomerações de pessoas que se formam na cidade nesse período.
Época de cultura por aqui, os shows têm um gosto especial com a noite fresca quase fria e o céu estrelado.
A esplanada do Teatro mais bonito da cidade tem um cheiro diferente, que mistura a pipoca, o perfume dos bailarinos, o cheiro de figurino e os demais cheiros que estão presente de outros anos.
As cores mudam, as luzes parecem deixar tudo com um ar de espetáculo constante.
Pela primeira vez consigo entender as sensações que sinto durante essa parte do ano, normalmente não tenho noções de tempo e espaço, agora sei exatamente onde estou, e acabo de perceber que essa é a época do ano que eu mais gosto, o OUTONO!

Eu sou criança. E vou crescer assim...


Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas. (Pelo menos para mim).O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual brinquedo Playmobil. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. Lembra?Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de filme de terror, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o café ficou forte demais. Eu sou assim. Nada de meias-palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força.Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Criança não liga pra preço, não liga pra laço de fita e cartão de relevo. Criança gosta de beijo, abraço e surpresa!
Por Fernanda Mello