terça-feira, 28 de maio de 2013

Eles mentiram...

Me ensinaram que brigar era ruim.
Me ensinaram que não se devia beber ou fumar.
Me disseram que as minhas companias fariam a minha personalidade para as pessoas distantes.
Me disseram que se eu fosse pintar o cabelo, eu deveria aguentar as consequências.
Me ensinaram a ser responsável e fazer as tarefas que fossem incumbidas a mim.
Criticaram a minha postura masculina, a minha forma de andar arrastando o chinelo no chão e o meu jeito de sentar.
Eles gostam do Ballet, mas eu gosto mesmo é de Street Dance.
Eles não gostam de BBoy.
E não gostam de Hip Hop.
Me ensinaram a respeitar.
Me ensinaram a não gritar.
Me ensinaram a não colocar o dedo na tomada.
Me ensinaram a tirar boas notas.
Me ensinaram a abaixar a cabeça e a obedecer.
Como uma boa garota eu aprendi, obedeci e me policiei.
Aí eles me disseram que não importa o que você queira ser, você tem que ser você.
Gritaram e Brigaram como se eu não estivesse lá.
Disseram que não importa com quem se anda, temos que ser nós mesmos.
Disseram que cada um devia usar o cabelo que quisesse.
Disseram que eu poderia largar tudo o que contruí.
Criticam a minha postura feminina que passa batom rosa e usa salto alto.
Eles gostam de Skate e do 'Rap dos meninos'
Não respeitam uns aos outros.
Tem orgulho da desobediência de se colocar o dedo na tomada.
Não ligam a mínima para as boas notas.
E Dizem que não se pode abaixar a cabeça.
Eles tem orgulho do errado, vibram com as linha tortas, e eu nunca descobri porque me ensinaram a ser tão perfeita.
Acho que aprendi tudo, menos a principal de todas a lições: Desobedecer, era isso que eles queriam, que eu desobedecesse!
Eu sou a ovelha negra da família do lado avesso, sou careta demais para eles.
E eles nem sonham o mau que me fizeram!

Ainda não é... mas o texto é deveras lindo!

"... Era o dia seguinte. O dia depois do sonho ruim, que durou anos. O dia seguinte da minha saída da sala de eterna espera, da desistência de ser atendida. Era o dia depois de amanhã, depois do amanhã que nunca chegava. Acordei nesse dia, simples assim. Com o sol entrando pela janela e clareando toda os medos embaixo da cama, com o vento levando toda a sujeira embaixo do tapete. Era o dia do recomeço, do começo do fim e do resto da minha vida. Da minha paz. Dormi, como sempre, esperando que tudo passasse e nessa noite realmente passou. Acordei sem sangue, sem curativo, com uma pequena cicatriz. Pude levantar sem algemas, lavar o rosto sem maquiagem, olhar pra trás sem sentir dor. Era data de faxina, apagar fotos, jogar fora cartas, me livrar de qualquer prova que pudesse ser usada contra mim num dia banal de saudade. Exclui telefones, fiz questão de esquecer datas. Não tinha pontada no estômago, preocupação, agonia, arrependimento. Tava tão vazia, que não sai andando, flutuei. Bom dia, mundo. E os olhos doeram, como quem passa anos numa caverna escura e, de repente, tem contato com a luz. Mas logo se acostumaram, com um alívio de quem volta a ver. Como quem volta a reparar nas flores. Flores que você nunca me deu. Lembro e sorrio, pensando no meu “Te ligo!” e em como isso nunca aconteceu. Gangorra me enjoa e pra não vomitar, te deixo sozinho, brincando de castigo com alguém nunca melhor do que eu. Vê se não fica triste, porque toda a solidão que existe nunca vai superar todo o tempo que você me enlouqueceu. Fica bem, fica sem, porque acabou o jogo, camisa de força pra mim já virou roupa básica e decorei todas as suas desculpas clássicas, pra te deixar esperando até o fim. Sou louca, livre, sou minha e hoje é o dia de viver pra mim. "  (M.F)

sábado, 18 de maio de 2013


Todos são iguais! E não, não é pela camiseta que entregaram na entrada.
Todos tem o mesmo corte de cabelo, a mesma cara, o mesmo modelo de óculos e a mesma marca de bermuda.
Todas elas tem o mesmo tom de loiro no cabelo, o mesmo comprimento de saia e dessem à mesma distancia ao chão.
O cheiro é o mesmo em todos os ambientes, todo mundo sorri do mesmo jeito, e as cantadas também são iguais.
Usam a mesma frase e fazem o mesmo trejeito para todos aqueles trechos de música.
Eles tem os passos iguais e usam sempre o modelo do carro para impressionar o mesmo tipo de garota.
Todos elogiam a mesma coisa, e todo mundo faz os mesmos comentários.
Todos tem Android e invejam quem tem Iphone, estão todos nas mídias sociais mostrando pra quem quer que seja o quanto a festa está boa, e é por isso mesmo que perdem tanto tempo postando as fotos, e se maquiando, e cortando a camiseta. Sim! É uma ótima festa! Deve ser tão cara!
"Meu pai tem 56 empresas em ribeirão!" "Eu sou dona do posto da rua Cilhana" "Meu nome é Beltrana e fui para Cancum nas últimas férias". 
Tinha Churros e ninguém viu, era circo e não tinha palhaço, tocaram 5 vezes a mesma música e todos fingiam estar empolgados como a primeira vez. 
Não importa o que se tem, para onde se foi, quem se quer impressionar, todos são a mesma pessoa irritantemente previsível.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Que vontade absurda de viver! É como tomar tequila, sinto o peito aberto, como se eu tivesse em mim todo o amor do mundo.
Talvez eu possa voar.
Não é preciso abandonar tudo para seguir em frente, nem é necessário se forçar a esquecer o que foi compartilhado, temos essa mania irracional de tentar ignorar o que nos faz lembrar do que passou, mas é inevitável, certas coisas sempre marcam, não dá pra abrir mão da bolacha de leite maltado e do conhaque para sarar a garganta.

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Se ao menos pudesse voltar a ser tão distraída, a sentir tanto amor sem saber."
"Coragem, a Terra está rodando; vosso mal terá cura. E se não tiver, refleti que no fim todos passam e tudo passa; o fim é um grande sossego e um imenso perdão."
Rubem Braga
"Ela é solteira. Não sozinha. Ela pinta as unhas de vermelho quando quer. Mas, também, sabe deixar as unhas em cacos quando dá vontade. Esbanja esquisitices ao falar dos seriados prediletos. E se cala quando o assunto é sobre o porquê dela não ter namorado.  
Ela usa vestidos de tricô, daqueles clichês para tomar chá quando o tempo é frio. E bebe cervejas em canecas, como homens pré-históricos. Ela ri de palavrões e de piadas de humor negro. Mas, também, se derrete mais do que picolé em frigideira quando recebe um SMS romântico de madrugada. Mas por que não namora? 
Ela acorda, escova os dentes de quem já usou aparelho, toma chocolate quente, se arruma e vai trabalhar. Prefere usar preto. Mas desbanca qualquer havaiana bonita quando inova em alguma vestimenta cheia de flores coloridas. Ela é linda e desconversa. Fala do tempo, do futebol, da novela, da mãe, da crise do Paraguai e do Joseph Gordon-Levitt. Mas por que tu não namoras?

Quando o assunto é sexo, ela fala menos do que escuta. Escuta com os ouvidos, com os olhos, com a boca e com os pêlos da coxa. Transa menos do que deseja. E sabe esconder alguma aspirante a Sônia Braga dentro daquele decote comportado. Ela curte os Beatles, os Novos Baianos, Caetano e o Cícero. E fala que eu tenho péssimo tom de voz. Lê Caio, Keroauc, Fante e Gabito. Mas diz que, também, gosta das minhas histórias.

É estranha, também. Assumo. Corta o cabelo de acordo com as fases da lua e gosta de comer macarrão com feijão. Gosta de umas bandas que ninguém conhece e chora com as histórias do Nicholas Sparks. Liga o ar condicionado porque gosta de dormir sentindo frio e acaba repousando feito uma esquimó com meias e edredom. Uma linda esquimó, por sinal. Não sabe usar o celular. Costuma atender as ligações somente após a quarta tentativa de chamada. Não, ela não ignora. Ela perde tempo é procurando o celular na bolsa, debaixo da cama ou na pia do banheiro. Mas, vez em quando, ela sabe ignorar também. Não sabe dançar. Recusa os convites, mas adora ser convidada. Odeia batom e gosta de brincos de pena.

Mas por que ninguém conseguiu ultrapassar esse muro de Berlim que você ergueu no teu peito? Ela desconversa. Ri de canto de boca e me pergunta se eu fumo tentando desviar o assunto pra longe. Eu insisto. Falo coisas demodês e jogo no ar o fato de que eu a acho perfeita. Ela empina o nariz fino, me lança seus olhos verdes escuro e ajeita-se sobre a mesa. Muda o tom e me fala: “Porque eu não quero”. E eu rio sem graça da minha maldita ideia de achar que todo mundo quer ter alguém para dividir os brownies."
       Hugo Rodrigues  
"Me vinha a sensação de que o mundo era enorme, cheio de coisas desconhecidas. Boas nem más. Coisas soltas feito aqueles reflexos e sombras metidos no meio de outras coisas, como se nem existissem, esperando só a hora da gente ficar ofuscado para sair flutuando no meio do que se podia tocar. Assim: dentro do que se podia tocar, escondido, vivia também o que só era visível quando o olho ficava tão imundado de luz que enxergava esse invisível no meio do tocável. Eu não sabia". (Caio Fernando de Abreu)

Só me falta o desapego para tanto...

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros.
De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento.
Ser novo."

domingo, 12 de maio de 2013

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Eu chego a conclusão que a minha doçura me fere, ela me fere quando não é correspondida e muito mais quando é respondida com os espinhos alheios, foi assim que cheguei até aqui, foi assim. Eu ainda choro quando as pessoas não conseguem entender a sensibilidade que sempre me foi tão criticada, elas estragam dia a dia todas as cores, todo o amor e toda a bondade que tenho no coração.
Não as culpo, é um ciclo, elas foram feridas e se tornaram o que eu estou me tornando também, ríspida e rasa.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Eu já fui intensa, eu já chorei em público, já berrei aos sete ventos o que sentia, já fui transparente  autêntica, conseguia ser feliz ao extremo da euforia, mas a gente paga um preço alto demais por ser assim, então tentei deixar de pagar o preço e sem perceber fui ficando rasa, sem chorar livremente na frente de todo mundo, mas sem rir verdadeiramente também.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Na verdade não sei se estou bem como digo a alguns, nem tão mau como confesso para outros, eu mesma não sei explicar o que se passa, eu nunca soube. Eu fui o que dava para ser  e agora eu nem sei mais quando sofro.