sexta-feira, 21 de junho de 2013

....ao abismo

Acordei medrosa e perdida, temo que a geração que vai as ruas, esteja na verdade mais perdida do que todas as outras gerações da história.

Eu não tenho a mínima formação social e política, e hoje tenho a consciência - na verdade uma pequena consciência - do quanto isso pode ser perigoso.

As pessoas estão saindo às ruas, formaram-se manifestações com milhões de pessoas pelo Brasil todo, e ninguém entende o porque, as pessoas estão colocando a sua cara na rua de forma burra, e ouço boatos aqui e ali que isso pode fazer com que grandes desgraças aconteçam.

Eu raramente entendo o que essas pessoas dizem, as palavras quase nunca fazem parte do meu vocabulário, mas eu tenho um sentimento que realmente algo muito ruim pode acontecer.

Falam sobre Golpe Militar, Golpe Anarquista, Vandalismo, Estabelecimento, Cooptação, Comunismo, Marxistas, Grupo de Esquerda, Grupo de Direita, e me vejo como parte da massa manipulada por tudo isso. 

Me sinto como uma peça qualquer de um jogo de estratégia, e vejo que a grande maioria das pessoas sequer sabem o que está acontecendo.

Me desespero, enquanto me perco no meio desse bombardeio de informações hora úteis, hora ridiculos, hora burros, hora manipuladores.

Do otimismo...

Com tudo o que está acontecendo no país, é a primeira vez que me sinto no dever de saber o que se passa, nunca tive a concepção de que eu precisasse estar a par do que acontece, acreditei que as coisas caminhariam por si, tendo eu ou não opinião do rumo que deveriam tomar. 
Contudo, é negligente demais ficar iminente em opiniões rasas quando os jovens, como eu, mobilizaram tanta gente em prol do que acreditam.
Cientes ou não do que estavam fazendo, chamaram a atenção de pessoas como eu, que sempre estive preocupada em construir o meu futuro, formação, carreira, família e que nunca me dei conta que as questões políticas e sociais estão ligadas a isso diretamente. 
Demorei algum tempo, mas hoje sei, que eu não posso deixar que outras pessoas tomem as decisões por mim e que meu voto seja o reflexo de uma opinião rasa formada pelos fragmentos que poucas vezes dei atenção.
Me sinto confusa e perdida, é claro. Já que são 500 anos de história, contextos, reações, mentiras, ideologias que devem ser levadas em consideração na hora de se formar uma opinião atual e futura.
Mas resolvi começar, e não tem melhor maneira de aprender do que ver os fatos, então fui até a reunião proposta - eu ainda não sei exatamente por quem - para fazer a manifestação aqui em Ribeirão na próxima quinta-feira.
Cheguei ao coreto da Praça XV, e não vi nenhuma movimentação, fiquei perdida, “talvez as pessoas estivessem atrasadas?”. Fui andando para ver se achava algum fluxo pra seguir e chegar às pessoas que tinham 'convocado' a reunião, vi um casal, a moça carregava uma cartolina dobrada, onde dava pra ver o escrito "#vem", estranhei, "hoje não era a reunião?". 
Bom, fui atrás deles, tímida e com uma indagação contínua: "será que eu deveria mesmo estar aqui?", pensei isso o caminho todo, mas insisti, ouvi várias pessoas gritando juntas, na TV e internet chamam isso de 'palavras de ordem', acho que é a mesma coisa, mas eu estava longe ainda, só ouvia um coro baixo, cheguei à esplanada do Pedro II, muitas pessoas, não sou boa de estimativas, mas pelos comentários tinha por volta de 300 a 400 pessoas, "O que é isso? E eu achando que ia encontrar umas 20 pessoas impondo o que seria feito”.
O que eu encontrei? 
Ânimos exaltados, a maioria jovens ansiosos por gritar e fazer parte de um movimento tão grande. Mas ali tinha todo tipo de gente, senhoras, casais, estudantes do ensino médio, gay, advogado, catador de papelão, gente de partido político, mendigo, integrante do MST, oportunista, candidato a prefeito da cidade na eleição passada, candidato à vereador se aproveitando da situação, estudantes de filosofia, de biologia, aprendiz de comunista, gente que detesta a bandeira brasileira, gente que acha aquele circo todo uma palhaçada, playboy que foi pra lá achando que ia descontar toda a sua raiva sem causa em alguma manifestação violenta, playboy que estava, assim como eu, tentando entender tudo isso que está acontecendo nos últimos tempos, professor da escola publica da cidade preocupado com o rumo das coisas e defendendo a defesa pela educação, rappers, "peões" como se intitulou um dos homens que defendeu a manifestação pelo transporte de ônibus. E vi jovens engajados, que mesmo com todo o furdunço e em meio a gritos eufóricos conseguiram levar a reunião para um objetivo coerente e democrático (pelo bem da minha esperança), embora a paciência ficasse a ponto de explodir com as insanidades ditas, vez ou outra.
Os jovens que começaram essas manifestações no Brasil, injetaram energia e coragem nas pessoas, e elas estão soltando a torto e a direito as opiniões rasas que tinham sobre tudo, não condeno, é natural, é difícil controlar a euforia, todo mundo quer participar, e no fundo, quase ninguém sabe exatamente por que está lá, mas foram e ouviram as outras opiniões, ouviram relatos, discutiram, ponderaram e votaram no que acreditavam.
Uma parcela muito pequena, mas muito pequena mesmo, me pareceu intransigente, acreditando cegamente em uma opinião mal pensada.
Provavelmente, depois que essa festa bonita acabar perca-se mais da metade das pessoas que aderiram ao movimento de forma direta, mas com toda certeza, isso tudo mudou a minha concepção de relação entre indivíduo e sociedade. 
Quinta eu vou também, se você vai, pense no motivo de estar indo e não se deixe manipular por qualquer sinal mínimo de esperteza alheia, pense, questione, converse, esse é o caminho.
Eu não posso defender uma suposta opinião a ferro e fogo, eu ainda não sei qual é o ferro e nem qual é o fogo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Quem foi que disse que dessa geração não se saia nada?
Quem foi que disse que só passaríamos pela história?
É a minha geração! É a minha geração, fazendo a diferença na música e na cultura dessa cidade.
É a minha geração lotando as ruas de grandes cidades e lutando por seus direitos.
É a minha geração que uniu a geração mais velha e a geração mais nova em protesto.
São as nossas gerações fazendo a diferença nesse país através dos meios que estão em nossas mãos. 
São as nossas gerações de idealistas e heróis que vieram, antes fantasiados de 0s e 1s e agora enfrentam às consequências e nos mostram em que país vivemos.
São as nossas gerações juntas, dessa vez, que trazem esperança às gerações que estão por vir!
E eu, em minha ilusão cabida e conformada, acreditei que vivêssemos em um país livre.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Vejo mais os solteiros reclamando do dia dos namorados do que os namorados fazendo as suas declarações.
Talvez essa inconformidade de estar sozinho faça com que não se perceba o que na verdade se perde.
Todos nós, solteiros, casados, amigos, namorados estamos enamorados, e isso talvez não tenha a ver com a aliança de compromisso.
Todos namoramos: uma pessoa,  uma arte,  uma causa, uma música, um dia que está por vir, há que namore a vida, a dança, um livro, uma saudade, uma lembrança.
Para hoje, o meu desejo é que todos percebam que na vida cabe tanta coisa que devemos nos apaixonar por muitas possibilidades.
Feliz dia dos namorados para você que se apaixona todo dia pelo que faz seus olhos brilharem!

terça-feira, 11 de junho de 2013

“Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.” Charles Bukowski

segunda-feira, 10 de junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você". - Veronica Heiss
Sabe, talvez a gente tenha é que levar a vida mesmo. 
É quando a gente leva a vida que as coisas acontecem como tem que acontecer, e a gente fica sem a exaustão de ter que controlar as coisas para ser feliz.
Levando a vida, a felicidade aparece, plena e pequena, como um cafuné.