segunda-feira, 21 de maio de 2012


A gente julga, aponta, ri, tira sarro, fala alto, se irrita, mas nunca sabemos o que se passa naquela vida que está a nossa frente.
Desconhecemos todas as estruturas e desestruturas que esconde aquele rosto arrogante e teimoso.
Nunca vamos saber o que houve para aquele homem falar tão baixo, será que já nasceu com esse olhar tão desesperançoso, que faz os movimentos do corpo parecerem tão pequenos e desacreditados?
O que houve para aquele menino ser tão hostil?
Em que parte do caminho ela perdeu as cores e a vontade de sorrir?
Só cabe a nós vermos a carcaça, é só o que podem nos mostrar, é só que podemos mostrar.
Vemos o sorriso amarelo, o exagero de meiguice falsa, as palavras ríspidas, a risada sarcástica, a responsabilidade irritante, o olhar distante, o cumprimento desinteressado, a angústia ansiosa e eufórica, as palavras mesquinhas, a autoridade excessiva, o humor estonteante fora de hora, a alternação constante de temperamento.
Nunca vamos saber a origem de cada uma dessas defesas tão singulares, não deveríamos nos esquecer que cada indivíduo tem motivos suficientes para ser quem é.

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